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Como responder às perguntas difíceis dos nossos filhos? A regra de ouro, para começar, é nunca deixar uma pergunta dos mais novos sem resposta. Lembre-se sempre que as melhores respostas vão partir dos pais e educadores, nunca dos amigos e da internet.

Há um enorme desafio que nos chega através da parentalidade: comunicar com os nossos filhos de forma positiva e, ao mesmo tempo, responsável. Uma tarefa ora simples, ora difícil, afinal nem sempre conseguimos manter o diálogo sem nos deixarmos cair na discussão.

No entanto, devemos lembrar-nos sempre de que é através do estreitamento destas conversas que vamos ter acesso às informações sobre o que se passa nas suas vidas. Logo, saber como responder às perguntas difíceis dos nossos filhos é fundamental, ainda que por vezes nos valha bochechas coradas ou uma grande atrapalhação.

Como responder às perguntas difíceis dos nossos filhos: guia essencial para pais

O que os pais devem evitar?

Quando os nossos filhos nos fazem perguntas é sinal de que necessitam, de alguma forma, de esclarecer questões que para eles são importantes. Por isso, esqueça respostas como “porque sim”, “porque não”, “respondo depois”, “não interessa”, “isto não é para a tua idade”, “esta pergunta é parva” ou “pergunta ao teu pai”. Estas são respostas expressamente proibidas.

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10 perguntas difíceis dos nossos filhos e como respondê-las

Porque existem guerras?

Resposta: as guerras ocorrem quando há conflitos ou disputas e os governos não dialogam o suficiente, ou de forma eficiente, tomando decisões em nome de todos.

Porque é há pessoas más?

Resposta: provavelmente, em alguma altura da vida dessa pessoa, alguém lhe fez algo que resultou mal, deixando-a triste ou zangada. Como não consegue livrar-se desse sentimento e a infelicidade não vai embora, as pessoas infelizes não conseguem ser boas companhias ou ter empatia pelas outras pessoas.

Por que as mulheres têm bebés, mas os homens não?

Resposta: porque, dentro da barriga das mulheres, há um órgão chamado de útero, com o tamanho de um ovo de galinha, capaz de crescer como um balão e abrigar um bebé.

Como é que chove das nuvens?

Resposta: na verdade, as nuvens que vemos no céu são feitas de muitos pedacinhos de água que evaporou e está em forma de gás. Quando esses pedacinhos se juntam, fazem cair as gotas que chamamos de chuva.

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De onde eu vim? Como nascem os bebés?

Para responder às dúvidas sobre a chegada dos bebés, há que ter em conta a idade da criança que questiona.

Até aos 5 anos
Resposta: deve responder sempre a verdade, ou seja, esqueça a conversa das cegonhas. Uma boa forma de ilustrar a resposta para crianças mais pequenas é explicar, por exemplo, que o pai e a mãe têm uma semente que cresce na barriga.

A partir dos 6 anos
Resposta: a partir desta idade, é normal que a criança queira uma resposta mais elaborada, pois as dúvidas crescem e ficam mais complexas. Deverá acrescentar mais detalhes, explicando como a semente do pai entra no corpo da mãe, contando ainda como se desenvolve a gravidez e como o organismo feminino consegue alimentar o bebé, fazendo com que cresça. Uma boa ideia é procurar livros que ajudem nesta tarefa.

Adoção: como explicar em qualquer idade
Se tem um filho por adoção, seja sempre sincero, mostrando-se honesto para receber de volta a sua confiança. Pode, por exemplo, explicar que o seu filho teve um pai e uma mãe que, por situações da vida, não puderam assumir os seus cuidados – e vale dizer que isso foi bastante triste para eles. Saliente o amor que une a vossa família.

Como é que os bebés saem da barriga da mãe?

Mais uma vez, tenha em consideração a idade da criança que faz a pergunta.

Até aos 5 anos
Resposta: pode dizer que o bebé precisa de nascer quando fica demasiado grande para a barriga e que é nesta altura que está pronto para viver cá fora. Isso é bom porque toda a família que ver a sua carinha.

A partir dos 6 anos
Resposta: agora é hora de aprofundar as informações sobre o parto: o que é, como é feito, quem o realiza. Uma boa ideia é procurar livros que ilustrem o crescimento do bebé na barriga da mãe, explicando o seu desenvolvimento e necessidade de nascer.

O que é sexo?

Podemos admitir que este é o tema que mais embaraça os pais e, sim, é dos assuntos que mais intrigam as crianças. Vamos tentar deixar de lado o constrangimento e fazer o possível para ter uma conversa natural e fluida sobre o assunto. Lembre-se que o melhor é que os seus filhos aprendam e entendam a partir dos diálogos familiares o que é o sexo e qual o seu significado.

Até aos 5 anos
Resposta: Pode começar por explicar que o sexo é uma forma de carinho entre os adultos e que os pais demonstram o amor que os une desta forma. Diga que é algo íntimo, que se faz no quarto, afinal é um momento demasiado especial para os dois.

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A partir dos 6 anos
Resposta: quando já são mais crescidas, as crianças percebem que os genitais da mulher e do homem são diferentes e que o toque dá uma sensação agradável. Pode, então, explicar que essa sensação leva ao ato em que os adultos fazem os bebés.

Dica: sempre que falar sobre o sexo, destaque que é algo só para os adultos, quando já se sentem preparados para o fazer.

O que é masturbação?

Resposta: é normal tocar-se quando há uma sensação agradável e todos podemos fazê-lo, desde que seja na nossa intimidade e que ninguém esteja a ver. Isso não é uma brincadeira a fazer com amigos e deve ser um momento só nosso, de descoberta do nosso corpo. Sempre que tiveres alguma dúvida sobre o teu corpo, podes vir perguntar e conversar com os pais.

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O que é gay?

Cada vez mais, é difícil fugir a esta questão. No entanto, falar sobre sexualidade com as crianças deve mesmo ser um exercício a fazer de forma frequente. Fale com tranquilidade sobre o assunto e derrube os preconceitos (os seus também, se for o caso). Explique que ser gay é ter uma orientação sexual, tal como ser heterossexual.

Até aos 5 anos
Resposta: os gays são meninos que querem namorar outros meninos, ou meninas que querem namorar outra meninas.

A partir dos 6 anos
Resposta: ser gay é ser homossexual, que é uma pessoa que quer namorar com outra do mesmo sexo. Quem gosta de pessoas do sexo oposto, como a mãe e o pai, é heterossexual. Um menino gay quer namorar outro menino, por exemplo. Uma menina gay gosta de outra menina. Não é errado que se amem, todos devemos ser felizes como somos e é errado que outras pessoas fiquem incomodadas com isso. A diferença é que casais gays não podem reproduzir-se naturalmente, pois é preciso haver um homem e uma mulher para fazer um bebé.

O que acontece quando alguém morre

Há perguntas que não têm uma resposta exata nem simples, e esta é uma delas. Falar sobre morte exige habilidade dos pais, especialmente se a família está a passar por uma fase de luto.

Se a dúvida do seu filho envolve a morte, tente explicar da forma mais básica o que é morrer: ou seja, biologicamente, estar morto é deixar de respirar, ter um corpo que já não funciona. Explique que, em geral, animais e pessoas morrem quando já estão muito velhinhos e têm um coração ou cérebro que não funciona como deveria.

Não minta: diga que, quando morrem, não voltam mais. Não estão novamente entre nós como estavam enquanto vivos. Explique que podemos lembrar, sonhar, ver fotografias e matar as saudades que temos de quem já se foi. Deixe claro que quem morre não sofre mais.

Para sabermos como responder às perguntas difíceis dos nossos filhos, a regra é manter a calma e facilitar o diálogo sempre. Quanto mais conversarmos com os mais novos sobre as suas dúvidas, mais próximos de nós vão estar.

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