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O crescimento dos criptoativos trouxe não apenas novas oportunidades, mas também desafios inéditos para investidores, especialmente quando o assunto é a recuperação de ativos bloqueados ou perdidos em corretoras. Em disputas judiciais, uma questão crucial frequentemente surge: é mais vantajoso receber a restituição em criptomoedas ou em reais?

Essa escolha pode parecer simples, mas envolve aspectos que vão muito além da preferência pessoal. As implicações financeiras e estratégicas dessa decisão podem impactar o resultado de forma significativa, e escolher a opção certa exige uma análise cuidadosa. Neste artigo, exploramos o que deve ser considerado antes de decidir pela melhor alternativa, ajudando você a entender o que está em jogo em cada escolha.

O Processo de Restituição: Tempo de Espera e Escolha Inicial

Quando um investidor busca a restituição de criptoativos em uma disputa judicial, ele deve considerar não apenas a forma de pagamento, mas também o tempo que o processo pode levar até o desfecho. Em média, processos judiciais desse tipo podem demorar meses, ou até anos, até que o pagamento seja efetivamente realizado. Esse tempo de espera pode influenciar diretamente o valor final, seja pela valorização ou desvalorização do criptoativo, seja pelo impacto de juros e correção monetária no caso de restituição em reais.

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Outro aspecto fundamental a ser considerado é que a escolha entre receber em criptoativos ou em reais deve ser feita já no pedido inicial. Essa definição vincula o processo, e a possibilidade de alterar a forma de pagamento posteriormente é limitada. Em casos excepcionais, pode haver uma tentativa de mudar o pedido durante o processo, mas essa alteração dificilmente será acatada pelo juiz, que geralmente entende que a escolha feita inicialmente deve ser mantida.

Assim, definir a forma de restituição com clareza desde o início é essencial para garantir que o pedido seja compatível com os objetivos e o perfil financeiro do investidor. Essa decisão inicial deve levar em conta tanto as condições de mercado quanto o tempo esperado até o pagamento, já que esses fatores podem influenciar significativamente o resultado final.

Restituição em Criptomoedas

Optar pela restituição em criptomoedas pode ser atrativo para investidores que acreditam no potencial de valorização do ativo digital. Como o mercado de criptoativos é notoriamente volátil, a escolha pela mesma moeda digital do investimento pode representar um ganho significativo caso o ativo se valorize durante o período do processo judicial. Além disso, ao receber a restituição em criptomoeda, o investidor preserva sua exposição ao mercado de criptoativos, o que é interessante para aqueles que desejam manter o investimento na moeda digital sem a necessidade de reconvertê-lo no futuro.

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Em alguns casos, essa modalidade de restituição tem sido acolhida judicialmente, como demonstrado neste link do Conjur, onde uma corretora foi condenada a restituir os ativos em cripto.

Contudo, essa opção também traz riscos consideráveis. A volatilidade, que pode ser uma vantagem em caso de valorização, também pode resultar em perdas substanciais se a moeda digital se desvalorizar ao longo do processo. Como os processos judiciais podem se estender por meses ou até anos, a oscilação de preços pode fazer com que o valor final seja muito inferior ao inicialmente esperado, tornando-se uma desvantagem significativa para quem busca maior previsibilidade financeira.

Assim, ao considerar a restituição em criptoativos, é importante que o investidor avalie o próprio perfil de risco, sua tolerância à volatilidade e suas expectativas em relação ao mercado de criptomoedas.

Restituição em Reais

Para investidores que buscam estabilidade e previsibilidade, a restituição em reais pode ser uma opção mais segura. Optar pelo pagamento em moeda fiduciária garante um valor fixo, evitando as oscilações típicas do mercado de criptoativos. Isso é particularmente vantajoso em processos judiciais, que muitas vezes se prolongam, e onde a volatilidade das criptomoedas pode representar um risco significativo ao longo do tempo. Com a restituição em reais, o investidor sabe exatamente quanto receberá, reduzindo incertezas financeiras e trazendo maior segurança ao montante final.

Além disso, a restituição em reais geralmente inclui benefícios adicionais, como juros de 1% ao mês a partir da data de citação e correção monetária anual. Esses acréscimos ajudam a compensar o tempo de espera pelo pagamento e podem fazer uma diferença substancial no valor total, especialmente em processos mais longos. Esse fator é um ponto positivo para quem prefere uma alternativa mais estável e previsível ao longo do tempo.

Por outro lado, a restituição em reais significa abrir mão do potencial de valorização que o criptoativo poderia ter. Em momentos de alta no mercado de criptomoedas, o valor em reais pode ser inferior ao que o ativo digital valeria se o pagamento fosse realizado na moeda original. Em algumas situações, essa modalidade de restituição é preferida pelos tribunais, garantindo ao investidor uma solução menos sujeita à volatilidade. Um exemplo dessa abordagem pode ser encontrado neste artigo do Portal do Bitcoin, onde uma corretora foi condenada a pagar a restituição em reais.

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Para mais informações sobre como as corretoras lidam com a responsabilidade em casos de fraudes, recomendamos a leitura deste artigo no blog, que discute as estratégias usadas por exchanges para evitar responsabilidades e os direitos dos investidores em casos de perdas.

Assim, para investidores com perfil mais conservador, a restituição em reais pode ser uma escolha mais adequada, garantindo estabilidade financeira e segurança contra as oscilações do mercado de criptoativos.

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Conclusão

A decisão entre optar pela restituição em criptomoedas ou em reais é uma escolha estratégica que exige análise e cautela. Cada opção apresenta vantagens e desvantagens que se alinham a perfis de investimento distintos. Investidores com maior tolerância ao risco e que acreditam na valorização do mercado cripto podem ver na restituição em criptomoedas uma oportunidade de potencializar seus ganhos, mantendo-se expostos às oscilações de preço da moeda digital. Já aqueles que priorizam a estabilidade e buscam segurança contra a volatilidade podem preferir a restituição em reais, uma escolha que oferece previsibilidade financeira e proteção contra variações de mercado.

Independentemente da escolha, é essencial definir com clareza a modalidade de restituição logo no início do processo, pois essa decisão dificilmente poderá ser alterada posteriormente. Levar em conta o tempo que o processo judicial pode durar e o impacto das oscilações no valor do ativo ao longo desse período são fatores cruciais para garantir que o resultado final atenda às expectativas financeiras do investidor.

Para entender mais a fundo os aspectos que envolvem a escolha entre criptomoedas e reais em processos judiciais, assista ao vídeo abaixo, onde o advogado Rafael Souza explora o tema em detalhes.

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